Voz de Jamelão Na Voz do Povo.Valeu Mangueira!

                                    O início da segunda noite de desfile das escolas de samba do grupo especial na Marquês da Sapucaí no Rio de janeiro , sinalizou o que viria pela madrugada adentro. A São Clemente entrou na avenida com o gostoso refrão "Tem Bububu no Bobobó" , do samba enredo "Uma aventura musical na Sapucaí" .Falando sobre os musicais , o carnavalesco traduziu que o grande espetáculo musical brasileiro acontece no carnaval da Sapucaí.

                                    Após o belo e descontraído desfile da São Clemente , segurei o sono assistindo as exibições da União da Ilha e do Salgueiro , aguardando a minha Mangueira.Confesso que desde a partida do saudoso Jamelão , sentia que algo faltava na interpretação dos sambas da Mangueira.Sem demérito para os excelentes cantores da Estação Primeira , parece que  a voz grave e marcante  do Jamelão precisaria ser ecoada de outra forma na avenida.

                                    Surpresa maravilhosa que encheu os olhos , acelerou corações e verteu lágrimas em mangueirenses e não mangueirenses , como confessado pelo twitter durante a transmissão do desfile.A homenagem ao Bloco Cacique de Ramos , com uma ala representando a Portela , unificou quase todos os amantes da arte em "um só coração " como na letra do samba.

                                    Para ratificar o tema apresentado pela primeira escola a desfilar , o grande espetáculo musical  no carnaval , a Mangueira fez um parada de três minutos , deixando o samba ser cantado apenas pelas alas e pelo público , fazendo depois mais duas paradas idênticas de trinta segundos cada. Se a primeira não foi combinada e aconteceu realmente por problemas técnicos , não importa , o que importa é que ocorreu um inédito e histórico espetáculo , uma verdadeira capela de toda a Sapucaí cantando "Vêm festejar...Na palma da mão/Eu sou o samba...A voz do morro/Não dá pra conter , tamanha emoção/Cacique e Mangueira num só coração."

                                      A voz do povo representou a energia ausente da voz de jamelão.Mangueira e público cantou e empolgou chegando ao final do desfile aos gritos de "é campeã! Se vai ser ou não , é secundário.Valeu o show e a certeza de que "agonizar não é morrer/Mangueira...Fez o meu sonho acontecer! e aconstatação  de que " O povo não perde o prazer de cantar".

                                   

A Sedutora E O Poder -- A Kenga dos Tucanos

                                 

Toda semana desde janeiro de 2003 , ela chega as bancas , ameaçando , fofocando ou insinuando como toda " boa prostituta" da sociedade a serviço dos tradicionais grupos que dominaram o país até a eleição de Lula a presidência da república. Escrita e editada por seus alcoviteiros , escribas mercenários a serviço de um projeto , felizmente , três vezes rejeitados pela maior parte da população brasileira , parte que poderia ser maior se não fôssemos um país até então inexplicável , pois como dizia o saudoso Tim Maia: " o Brasil 'e o único país do mundo em que puta se apaixona , cafetão tem ciúmes , traficante se vicia e existe pobre de direita".

A messalina a serviço do tucanato se supera cada vez mais em sua partidarização de suas capas tendenciosas e suas matérias mentirosas , buscando sempre desestabilizar o governo do PT e os petistas que governam estados e municípios , muitas vezes contando com a colaboração mesquinha de quem se dizia ou se diz petista , mas não suporta e não consegue ser governo , talvez pela inveja de quem está governando ou mesmo pela frustração pessoal e 'intima , preferem transferir para a vida pública a incapacidade de se realizar na privada. Fazem denúncias virulentas e ilações na 'única intenção de terem as luzes dos holofotes em suas falas e imagens.Servem a grande prostituta , sedutora do  poder que está restrita a defesa do governo de São Paulo , porém inexplicavelmente ainda contando com patrocínios do governo federal , a revista Veja tenta diuturnamente produzir chamadas para destruir o PT e o nosso projeto de país.Neste 'ultimo final de semana , a edição que circula nas bancas em todo o país traz na capa a chamada " A Sedutora e o Poder , As explosivas revelações da advogada que uma máfia de corruptos infiltrou no governo em Brasília" , além da chamada maior de capa , vemos outras duas : " Privatizacão , o PT entregou aeroportos `a iniciativa privada " e " Greves , A radicalização de policiais 'e uma real ameaça `a estabilidade ". Na primeira chamada de capa , ao lermos a reporcagem , constatamos uma matéria baseada em depoimentos ao Ministério Público e ilações sobre envolvimento sexuais com pessoas do alto escalão do governo , depoimentos e falas segundo a Veja , 'e importante salientar que não houve entrevista direta da revista prostituta com a suposta sedutora exposta na capa. A matéria sobre privatização não merece sequer ser comentada , pois como qualquer cidadão mais bem informado que se interessa por economia sabe , não ocorreu privatização e sim concessão por 20 anos de 51% dos serviços aeroportuários. O texto sobre a greve dos policiais já é publicado quase totalmente fora do contexto , uma vez que na Bahia o movimento terminou e no Rio de Janeiro se enfraqueceu , observando que no Rio de janeiro o movimento iniciou-se mais cauteloso e com aparente responsabilidade por parte dos militares , bombeiros e polícia civil.Enfim tivemos três factóides em apenas uma capa recheando a revista mais mentirosa e golpista do Brasil.

Se não fosse um revista tão vagabunda e sem credibilidade poderia fazer uma capa com matéria sobre o livro e o pedido de CPI da privataria tucana , outra capa com o envolvimento de José Serra e Soninha Francine e quem sabe até uma capa com o enorme terreno do município de São Paulo invadido e usado pela Rede Globo de Televisão.

O Enterrado Vivo __ Carlos Drummond de Andrade

                                  É sempre no passado aquele orgasmo ,
                                  é sempre no passado aquele duplo ,
                                  é sempre no futuro aquele pânico.

                                  É sempre no meu peito aquela garra .
                                  É sempre no meu tédio aquele aceno.
                                  É sempre no meu sono aquela guerra.

                                  É sempre no meu trato o amplo distrato .
                                  Sempre na minha firma a antiga fúria.
                                  Sempre no mesmo engano outro retrato.

                                  É sempre nos meus pulos o limite .
                                  É sempre nos meus lábios a estampilha .
                                  É sempre no meu não aquele trauma.

                                  Sempre no meu amor a noite rompe.
                                  Sempre dentro de mim meu inimigo.
                                  E sempre no meu sempre a mesma ausência.